Viviane Williams provoca criadores e profissionais a refletirem sobre autenticidade, imagem pessoal e conexão real em um mundo dominado por personagens digitais e branding estratégico

Na palestra que cativou o público, Viviane Williams — consultora de imagem formada em Paris, especialista em etiqueta corporativa e com experiência internacional nos Estados Unidos — trouxe uma pergunta que ecoou em todo o auditório: “Você está sendo notado ou está sendo percebido?” A provocação abriu um debate profundo sobre a diferença entre encantar e conectar, e como a busca por visibilidade pode afastar as pessoas da própria essência.

Entre personagens e verdade
Viviane contou como, ao criar um “personagem” para se destacar no ambiente digital, acabou se distanciando de quem realmente era. Para ela, imagem pode encantar ou conectar, mas raramente consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Esse é o dilema de muitos criadores de conteúdo: manter uma persona “instagramável” ou abrir espaço para vulnerabilidade e autenticidade.

Percepção é mais que branding
Outro ponto-chave foi a distinção entre branding e percepção. O branding é intencional, planejado para projetar uma imagem; a percepção, por outro lado, é involuntária e inevitável. “As pessoas formam uma impressão sua antes mesmo de você falar”, ressaltou. Essa percepção depende de clareza, coerência e constância — três pilares que sustentam a imagem pessoal.

Conexão que gera valor
Viviane alertou que, em um mercado saturado de networking superficial, conexões verdadeiras surgem de conversas que vão além do “com o que você trabalha?”. Perguntas sobre projetos, livros ou interesses criam laços que se transformam em oportunidades reais de negócio e colaboração.

Autenticidade como diferencial competitivo
Para a especialista, se vestir e se posicionar de acordo com o lugar onde se quer chegar é parte da construção de credibilidade, mas só faz sentido quando alinhado aos próprios valores. Em um cenário onde 84% das pessoas tentam ser alguém que não são, a autenticidade deixa de ser apenas virtude e se torna estratégia de mercado.

A mensagem final foi direta: encantar exige distância, mas conectar exige proximidade. Na Creator Economy, ser percebido — e não apenas notado — é o que transforma visibilidade em influência verdadeira.