Potências que Transformam – Diversidade, Impacto e Reconhecimento

Diversidade é negócio. E não vamos mais falar sobre escassez.
Num dos painéis mais potentes do Influent Summit 2025, quatro nomes que lideram transformações reais na indústria criativa — Julio Beltrão (Prêmio Potências), Gabriela Rodrigues (Wieden+Kennedy), Nathalia Lira (Mauricio de Sousa Produções) e Evandro Fióti (Laboratório Fantasma) — subiram ao palco para dizer o que boa parte do mercado ainda teme ouvir: diversidade não é pauta social. É ativo de valor. É estratégia. É rentabilidade.
“Nos coloquem nos palcos principais. Nos convidem para falar sobre dinheiro. Porque sobre escassez a gente não vai falar mais.”
— Julio Beltrão
Celebrar é resistir. Liderar é não negociar.
O painel começou com um pedido simples: “por que você se celebra hoje?”
A resposta de cada convidado foi um manifesto. Nathalia, emocionada, contou como chegou à liderança da Mauricio de Sousa Produções carregando sua ancestralidade e os olhos marejados dos pais. Gabriela lembrou o valor político de poder se casar com outra mulher, em um Brasil onde retrocessos ameaçam liberdades básicas. Fióti falou da vida como um ato de resistência diária — e da urgência em não abrir mão de propósito em troca de palmas.
“Esteja conectado com o seu propósito. Mas saiba o que você não vai negociar.”
— Evandro Fióti
Diversidade que performa — e que lucra
Um dos dados mais simbólicos veio de Nathalia: a boneca Milena, personagem preta da Turma da Mônica, já ultrapassou a própria Mônica em vendas em determinadas ações. O recado é claro: diversidade vende — e não como nicho, mas como centro.
“Não queremos produtos que apenas ocupem gôndolas. Queremos narrativas com propósito.”
— Nathalia Lira
Gabriela reforçou que a maior armadilha do mercado é tratar a diversidade como tendência — e não como base estrutural. “Não é só sobre fazer o certo. É sobre gerar valor, criar diferenciação, ganhar prêmios — e mover a cultura.”
O futuro exige coragem
Na parte final, cada convidado fez sua previsão para os próximos cinco anos. E se houve uma convergência, foi esta: sem presença negra, periférica e LGBT em cargos de liderança, o futuro continuará excludente. A responsabilidade é coletiva, mas começa com decisões individuais — nos bastidores, nas reuniões de pauta, nos briefings, nos contratos.
“Se o sistema escolhe quem não tem direito à sua própria humanidade, nossa resposta precisa ser sistêmica também.”
— Evandro Fióti