Narrativas que conectam: o encontro entre criatividade, produção e audiência

Quando a criação é autobiográfica: voz, imagem e verdade no centro da narrativa
Três artistas que atravessaram a infância diante das câmeras se reuniram para discutir algo maior do que técnica, estética ou carreira: como transformar a própria história em obra — e a própria vulnerabilidade em potência criativa.
M.M. Izidoro, diretora e roteirista de obras como Lexa: Mostra Esse Poder e MC Daleste: A Última Nota, se juntou às atrizes e criadoras Livian Aragão e Poliana Aleixo para um painel sobre narrativas pessoais, protagonismo feminino e o desafio de ser vulnerável em um mercado ainda masculino e conservador.
“A mulher que escreve, dirige e atua sobre si mesma ainda incomoda.”
Izidoro abriu a conversa lembrando que sempre contaram histórias sobre ela — mas só mais recentemente ela passou a contar suas próprias versões. E quando essa virada acontece, “o incômodo no outro é inevitável”.
Poliana falou sobre os bastidores de construir uma narrativa íntima em série, trazendo temas como espiritualidade, ancestralidade e ressignificação de traumas. Livian completou com um ponto crucial:
“Se eu não me der o papel principal, o mercado não vai fazer isso por mim.”
Autobiografia é coragem — e também é estratégia
O painel trouxe à tona o papel da criadora que assume múltiplas funções: roteirista, atriz, produtora, empresária. Em um mercado que ainda resiste à pluralidade de vozes, criar sobre si é um ato de liderança.
Mais do que compartilhar vivências, o conteúdo autoral dessas mulheres abre espaço para outras se enxergarem — com suas dores, descobertas e processos.
Quando a vulnerabilidade vira capital criativo
A provocação final do painel foi direta:
“Você está criando sobre o que espera que gostem? Ou sobre o que realmente precisa ser dito?”
No palco, ficou claro: a Creator Economy também é feita de cura, reconexão e reescrita.
E quem tem coragem de contar sua própria história, acaba abrindo caminho para milhares de outras.