Quando o passado vira plataforma: Itaú e Havaianas mostram que tradição e algoritmos podem conviver, desde que a marca escute, cocrie e transforme legado em conversas culturalmente relevantes

No painel Entre o Legado e o Algoritmo, executivos e agências discutiram a equação que todo patrimônio histórico enfrenta hoje: como preservar um legado e, ao mesmo tempo, tornar a marca relevante nas linguagens digitais que jovens e comunidades consomem.

Ouvir para cocriar
O ponto de partida é escuta ativa. Marcas que implantam processos para ouvir públicos reais, testar produtos com creators e aceitar variações de linguagem ganham autenticidade. Dar liberdade criativa ao influenciador é condição para que a mensagem deixe de ser dublê e passe a ser conversa.

Da conversa à conta
Influência deixou de ser apenas aspiração e virou motor de conversão quando integrada a funis e performance. Campanhas bem coordenadas conectam storytelling com caminhos de compra mensuráveis, provando que legado e resultado andam juntos quando estratégia e operação dialogam.

Regionalizar sem desfigurar
Adaptar tons, sotaques e códigos locais amplia alcance sem trair identidade. O segredo é escolher voices que representam territórios reais e pensar ações que funcionem no ponto de venda, no e-commerce e na cultura local, sem transformar a marca em algo irreconhecível.

Cultura organizacional que suporta mudança
A tradução digital exige estrutura: times que entendam produto, dados e conteúdo; processos de teste rápidos; e coragem para errar e iterar. Marcas que tratam essa transição como transformação cultural colhem resultados mais consistentes.

No fim, a lição do painel é direta: tradição não é obstáculo para o digital quando se aceita que a tradução é um processo contínuo de ouvir, cocriar e adaptar. Quem fizer essa jornada preserva o legado e constrói relevância verdadeira no mercado contemporâneo.