Creator ou empreendedor? A revolução das DNVBs e o fim da dependência do #publi

Creator ou empreendedor? A revolução das DNVBs e o fim da dependência do #publi
De canais de mídia a donos do próprio estoque: entenda como a transição de nomes como Bianca Andrade e Monique Evelle para o modelo de DNVBs (Marcas Nativas Digitais) está obrigando o mercado publicitário a evoluir do briefing para o business.
Existe uma máxima no marketing digital que assombra qualquer criador de conteúdo consciente: "Você não deve construir um castelo em terreno alugado".
Durante a última década, a Creator Economy girou em torno de uma commodity principal: a atenção. O modelo de negócio era simples: o creator alugava sua audiência para marcas em troca de um cachê (o famoso #publi). Funcionou muito bem e criou multimilionários. Mas o jogo mudou.
Algoritmos mudam, plataformas nascem e morrem, e a verba publicitária é volátil. Diante dessa instabilidade, a influência brasileira percebeu que ser apenas um "canal de mídia" é arriscado demais.
Estamos vivendo a transição mais importante da história desse mercado: a era em que creators deixam de ser apenas vitrines para se tornarem donos do estoque. Bem-vindos à era das DNVBs (Digitally Native Vertical Brands).
De Influenciador para Fundador
Não é coincidência que os maiores nomes do Brasil hoje sejam conhecidos mais por seus ecossistemas de negócios do que apenas por seus posts no Instagram.
Olhe para Bianca Andrade (Boca Rosa). Ela não apenas estampa seu rosto em maquiagens; ela é a mente estratégica por trás de uma holding de beleza, inovação e dados.
Olhe para Monique Evelle. Ela transcendeu o papel de criadora de conteúdo para se tornar fundadora da Inventivos, investidora anjo e 'Shark' no Shark Tank Brasil. A solidez e o faturamento de seus negócios não vêm de "publis" pontuais, vêm de equidade (equity), educação e construção de plataformas proprietárias.
COLOCAR FOTO DA BOCA ROSA E DA MONIQUE EVELLE
Esses criadores entenderam a matemática mágica das DNVBs:
- CAC zero: Enquanto marcas tradicionais gastam milhões para adquirir clientes, o creator já tem a atenção retida. O Custo de Aquisição de Cliente é drasticamente menor.
- Confiança Transfere Valor: A comunidade não compra apenas o produto ou serviço, ela compra a visão de mundo e a validação daquele creator.
- Data-Driven Real: O creator sabe o que o público quer antes mesmo de produzir, porque ele lê os comentários e entende as dores da sua base há anos.
Onde as marcas entram nisso?
Aqui está a provocação para o mercado publicitário e para os anunciantes que nos leem: Parem de tratar grandes creators apenas como outdoors.
Se um influenciador tem a capacidade de construir uma empresa do zero usando sua própria base, por que você ainda está enviando um briefing engessado para ele postar um Story de 15 segundos?
O futuro da relação Marca-Creator não é a contratação de mídia, é a Co-criação e o Venturing.
Marcas inteligentes não estão apenas pagando cachês; elas estão oferecendo infraestrutura.
- A Indústria entra com: Pesquisa e desenvolvimento, logística, distribuição e jurídico.
- O Creator entra com: Branding, comunidade, insights de produto e vendas.
Isso é criar negócios com profundidade, e não apenas um "logo colado" num produto white label.