Como um podcast periférico virou hub de entretenimento, construiu IPs próprios, conquistou gigantes globais e redefiniu o modelo de negócios da Creator Economy brasileira

No painel Bastidores de um fenômeno, Victor Assis contou como o Podpah deixou de ser um simples podcast para se tornar uma potência criativa que movimenta milhões de fãs, marcas e novos formatos de conteúdo. O caminho, marcado por risco calculado e cultura de origem, revela como se constrói uma marca que quer ser maior do que seus fundadores.

De Osasco para o mundo
Criado por Igor Cavalari (Igão) e Thiago Marques (Mítico), o Podpah nasceu da vontade de dar voz a quem raramente era ouvido. Sem formação em gestão, a equipe aprendeu no processo a estruturar e escalar o negócio, mantendo a liberdade de linguagem que conquistou o público periférico. Cada decisão — do primeiro estúdio próprio ao crescimento da equipe de 8 para 70 pessoas — foi acompanhada de noites em claro e reinvestimento constante.

Cultura como alicerce
Manter a essência é prioridade. “Cultura é o que acontece quando ninguém olha”, reforçou Victor. A contratação privilegia identificação com a história do Podpah mais do que currículos formais. Essa escolha garante que, mesmo ao migrar para uma sede dez vezes maior, a identidade não se dilua. O objetivo é que o Podpah siga representando a quebrada e amplificando vozes diversas, enquanto se torna uma empresa multiformato.

De podcast a ecossistema
Hoje, o grupo abriga sete empresas e programas como Rango Brabo, Quebrada FC e Podpah Records, além de eventos ao vivo que viram novos produtos — caso do Boxe de Malandro e da Liga X1 de futebol. A estratégia é clara: transformar conversas em propriedade intelectual (IP) e expandir para música, gastronomia, educação e moda. Colaborações com marcas como Oakley e Netflix reforçam a força do modelo, que já colocou o Podpah entre as marcas de maior engajamento orgânico do Brasil.

Legado para a próxima geração
Com planos de ser lembrado como a MTV de uma nova era, o Podpah quer ir além de Igor e Mítico, tornando-se uma label capaz de sobreviver e crescer independentemente dos criadores originais. “Queremos que o Podpah seja muito maior que a gente”, resume Victor.

Do microfone em Osasco ao posto de referência global, o Podpah prova que autenticidade, gestão ágil e visão de longo prazo podem transformar um simples podcast em um ecossistema que marca gerações e redefine a Creator Economy.