Além do Brief: O que realmente importa na escolha de um creator

Por que alinhar valores, dar liberdade criativa e construir comunidades é o caminho para parcerias duradouras na Creator Economy
No universo da Creator Economy, a escolha de um criador de conteúdo vai muito além de métricas superficiais como número de seguidores ou taxa de engajamento. O debate conduzido no painel Além do Brief reforçou que construir parcerias estratégicas exige visão de longo prazo, alinhamento de valores e, sobretudo, liberdade criativa.
Alinhamento de valores e consistência
A curadoria começa pela essência: é preciso entender se os valores do criador refletem a identidade da marca. Mais do que o hype do momento, o que sustenta a relação é a coerência ao longo do tempo. Criadores que mudam constantemente de posicionamento podem não oferecer a estabilidade necessária para uma parceria duradoura.
Testar e dar liberdade criativa
Outro ponto crucial é permitir que o criador crie. Contratar um influencer para depois engessá-lo em roteiros e briefings excessivos mina o potencial de performance e desconecta a marca da autenticidade que motivou a parceria. Por isso, recomenda-se começar com projetos-piloto antes de fechar contratos longos, avaliando não apenas resultados, mas a forma de trabalho e a sinergia entre as partes.
Métricas com propósito
Embora dados sejam fundamentais, eles devem estar a serviço da estratégia — e não o contrário. Definir se o objetivo é alcance, engajamento, conversão ou construção de comunidade é essencial. Só assim é possível identificar em que parte do ecossistema o criador faz mais diferença, seja em conteúdos de grande visibilidade ou em conversas profundas com nichos específicos.
Comunidade como ativo estratégico
Construir ou participar de comunidades exige escuta ativa. Em vez de impor mensagens, as marcas precisam se integrar a diálogos já existentes, muitas vezes por meio de micro e nano influenciadores que geram conexões genuínas. O case de marcas automotivas que optaram por dar voz a donos reais de carros, em vez de especialistas, mostrou como a recomendação de alguém “igual a você” tem mais impacto do que a de celebridades.
No fim, a lição é clara: na Creator Economy, resultados sustentáveis surgem quando marcas valorizam relações autênticas, deixam espaço para a criação e tratam o conteúdo como histórias que conectam pessoas — e não apenas como mídia paga.