Avatares e IA como território criativo e comercial: entre oportunidades de escala e a urgência da transparência, a nova autoria exige híbrido humano-máquina sem perder empatia

No painel A Era dos Influenciadores Virtuais, Vicky Travassos, Ana Freitas e Letícia Boranga discutiram como os avatares e ferramentas de inteligência artificial estão redesenhando o ecossistema da criação de conteúdo. Mais do que tecnologia, o debate mostrou que trata-se de repensar autoria, ética e modelos de negócio em um mercado que aprende a conviver com o sintético.

Ferramenta que amplia, sem apagar a autoria
A mesa deixou claro que IA reduz custos e acelera testes, permitindo que formatos complexos — cenários 3D, variações de roteiro, dublagens — sejam experimentados por pequenos criadores. Ainda assim, a diferença competitiva continuará sendo a decisão humana: o ajuste de tom, a escolha do recorte e a curadoria de sentido que conferem identidade a uma peça.

Transparência e responsabilidade
Vicky, Ana e Letícia reforçaram que há um dever de transparência: o público precisa saber quando interage com um personagem gerado por algoritmos. Além do imperativo ético, a clareza protege a reputação e evita fricções que podem surgir quando a audiência percebe a manipulação sem prévio aviso.

Avatares como produto e como risco
Os avatares são ativos escaláveis: podem falar em múltiplos canais, personalizar mensagens e operar 24/7. Mas a mesa também apontou riscos — desde perda de empatia até questões autorais e de uso indevido da imagem — que exigem governança, contratos claros e padrões éticos na operação.

Hibridismo criativo
O consenso foi prático: o futuro da autoria será híbrido. Quem souber integrar automação com voz humana, mantendo controle editorial e senso crítico, terá vantagem. A tecnologia democratiza a possibilidade técnica; a autoridade criativa continua nas mãos de quem decide o porquê e o para quem.